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Empreendedorismo Feminino: “você tem que se posicionar”

Por 19 de novembro de 2020No Comments

Quando penso em tudo que já empreendi, lembro da minha avó. Sei que temos grandes empreendedoras de sucesso no mundo, mas eu, particularmente, penso na minha avó. Ela, que criou filhos seus e de outros praticamente sozinha e me ensinou o que é empreender na vida, muito além dos negócios. E a verdade é que aprender a empreender a sua própria vida é o primeiro passo para poder criar e manter uma empresa quando falamos no empreendedorismo feminino.

No papel já são oficialmente nove anos como empreendedora, mas essa história começou ainda antes. Se eu tinha medo? Claro que sim, como qualquer pessoa que não tem nada para investir, mas mesmo assim investe. Se fui a única mulher nas reuniões? Infelizmente, ainda sou muitas vezes. Conquistei o meu espaço, respeito, às vezes até mesmo admiração, mas significa que todas já conquistaram? Não.

É por essas “todas” que o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino precisa ganhar luz, mas não apenas ele. O olhar da iniciativa pública e privada também precisa amparar as novas empreendedoras, principalmente as que surgiram com a pandemia. De forma simples e lógica de se explicar, é elas que vão ajudar o Brasil a enfrentar mais uma crise.

Às vezes as pessoas querem fórmulas mágicas: “como você conseguiu?”. Ser empreendedora é, na verdade, nem saber muito bem como conseguiu. Eu vou conseguindo, mesmo sabendo que pode não ser a frase gramatical mais correta. Eu estou empreendedora, mas quero continuar, pois acredito em criar e colaborar com pessoas. Acredito na história da minha avó: “foi conseguindo”.

Posicionamento no empreendedorismo feminino

Sei que falamos muito de dados, números e pesquisas, mas também acredito em algo chamado posicionamento. Falo sobre isso porque é o que toda mulher mais escuta na sua carreira: “você tem que se posicionar”. É como se tivéssemos que fazer esforços em dobro (ou triplo) para que entendam quem somos, o que fazemos e o nosso valor. Então, aproveitando essa “dica” que sempre aparece, na data de hoje eu escolho por me posicionar.

Eu me posiciono ao lado de todas as mulheres que empreendem ou sonham em empreender. Eu me posiciono também ao lado daquelas que tentaram e, por razões diversas (e até vontade própria), não empreendem mais (nos negócios, apenas), e ao lado das mulheres que nem nasceram ainda, mas torcendo para que alguém como a minha avó possa inspirá-las. Também, eu me posiciono ao lado de quem se esforçar para diminuir a burocracia brasileira para todos empreendedores, homens e mulheres, e nos incentivar a ocuparmos todos os espaços possíveis.

Mais do que isso, eu me posiciono ao lado das mulheres como integrante do Grupo Mulheres do Brasil, que tem como líder a empreendedora que tanto nos inspira a não termos medo dos desafios como é Luiza Helena Trajano. E, de novo, lembro da minha avó, que já faleceu e nunca poderá conhecer Luiza Trajano como conheci, mas que com certeza também teria inspirado ela, pois todas temos o que ensinar.

O empreendedorismo feminino transforma. Com o meu empreendedorismo, eu ajudo a transformar a vida de oito pessoas e colaboro diretamente com a economia de pelo menos duas regiões do Estado, sem citar os impostos. Aqueço o mercado, “faço a roda girar”, como dizem. Sem eu, e mais tantas outras brasileiras que acreditam diariamente no empreendedorismo, o que seríamos? Ou melhor, o que teríamos?